segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Dos carmas que não são nossos




Pense na vida como uma mochila que está nas suas costas. O quanto de peso você consegue carregar? Que tipo de bagagem você quer para você? Você está disposto a colocar coisas que não lhe pertencem enquanto cumpre a sua caminhada?
Tenho algumas amigas especiais, e como de praxe temos tendências de conversar sobre nossos cotidianos, pensamentos e atitudes.
Numa dessas conversas, uma delas nos disse “existem carmas que não são nossos”, e essa afirmação é de certa forma libertadora, principalmente para pessoas que tem a tendência de assumir os carmas alheios e querer carregar aquele fardo que o outro não consegue.
Algumas pessoas dirão: “Nossa, mas isso é muito cruel.” Não, isso não é crueldade, isso é assertividade, isso é permitir que as outras pessoas cresçam, porque enquanto nós ainda tomarmos a atitude carregar a mochila que pertence a outrem, não estamos ajudando, estamos apenas tirando-lhes a chance de aprender o que era necessário para evitar uma queda maior ali na frente.
Atentem-se que não carregar a pessoa no colo não quer dizer que você desistirá dela, não quer dizer que você não pode apoiá-la a deixar sua bagagem mais leve, não quer dizer que você não estará lá quando a pessoa precisar de uma parada no meio do caminho para tomar uma água e respirar ar puro.
Entretanto existe uma linha muito tênue e que todos devemos trabalhar que está entre apoiar e fazer o serviço, uma coisa é um amigo da escola te pedir ajuda para fazer o trabalho dele, outra coisa é ele pedir para você colocar o nome dele. A primeira vez você pensa: “Ah, tranqüilo, acontece”, mas de repente as coisas começaram a acontecer todos os dias, durante meses e até anos e você já começa a se sentir cansado de tanta ‘ajuda’, seu fardo já está grande o suficiente e se você não conseguir ser assertivo terá dois caminhos a seguir: (a) se afastar deste amigo (b) extrapolar com ele.
Portanto, a afirmação “existem carmas que não são nossos” nos conscientiza que, podemos apoiar as pessoas nas suas situações difíceis, mas não devemos assumir que a culpa é nossa ou que precisamos sempre fazer mais ou nos sentir os únicos responsáveis para resolver tal situação. Cada pessoa escolhe onde deseja estar, não digo que é fácil sair da sua zona de conforto e enfrentar problemas bem diante dos nossos narizes, e muito menos digo que a pessoa não sai de onde está porque assim deseja, muitas vezes o ciclo é tão viciante que ela não consegue enxergar uma escapatória, mas ainda assim é decisão dela e não sua continuar onde está.
Se a nossa vida é uma mochila, vamos colher as flores pelos caminhos, o brilho das estrelas, um sorriso amigo e carregar.  Sempre é importante lembrar que as nossas atitudes cotidianas é que nos fazem chegar onde estamos, são nossos pequenos passos por dia que fazem com que cheguemos ao nosso destino.

Semear é tão importante quanto colher. 


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